terça-feira, 1 de outubro de 2013

Eu consigo partir meu coração sozinha. A culpa nem sempre é do outro. É minha. Só minha.
Eu faço questão de manter meu coração na confusão. Eu crio a confusão. E ainda arrasto tudo comigo.


segunda-feira, 30 de setembro de 2013

"Nossa, mas você tá com muito azar, hein!", disse minha amiga depois que contei as coisas que aconteceram nos últimos meses. Uma outra amiga disse que quando muita coisa dá errado é porque está para acontecer algo muito bom. Queria ter essa fé. Queria ter fé. Ela às vezes deixa as coisas mais fáceis.

E daí eu fico pensando em tudo. E viro noites assim. Não durmo, fico cansada, me preocupo demais com tudo. "Você tem transtorno de ansiedade". Era só o que faltava. Ou nunca faltou. Sempre esteve aqui, comigo. E isso explica tanta coisa.


quinta-feira, 5 de setembro de 2013

O que faz uma pessoa ter um dia difícil? Fatores externos? Sentimentos internos?
Há semanas que vem tudo desmoronando. E, por mais que eu tenha sentido cansaço nesses dias, eu não havia me abatido. Até hoje.
Foi hoje que senti o peso do mundo nos meus ombros. Hoje que realmente vi as inúmeras coisas que tenho que fazer e não sei por onde começar. Hoje que me senti sozinha.

Hoje tá difícil.




terça-feira, 27 de agosto de 2013

Pessoa

"Mas a exclusão, que me impus, dos fins e dos movimentos da vida; a ruptura, que procurei, do meu contacto com as coisas — levou-me precisamente àquilo a que eu procurava fugir. Eu não queria sentir a vida, nem tocar nas coisas, sabendo, pela experiência do meu temperamento em contágio do mundo, que a sensação da vida era sempre dolorosa para mim. Mas ao evitar esse contacto, isolei-me, e, isolando-me, exacerbei a minha sensibilidade já excessiva. Se fosse possível cortar de todo o contacto com as coisas, bem iria à minha sensibilidade. Mas esse isolamento total não pode realizar-se. Por menos que eu faça, respiro, por menos que aja, movo-me. E, assim, conseguindo exacerbar a minha sensibilidade pelo isolamento, consegui que os factos mínimos, que antes mesmo a mim nada fariam, me ferissem como catástrofes. Errei o método de fuga. Fugi, por um rodeio incómodo, para o mesmo lugar onde estava, com o cansaço da viagem sobre o horror de viver ali.
Nunca encarei o suicídio como uma solução, porque eu odeio a vida por amor a ela. Levei tempo a convencer-me deste lamentável equívoco em que vivo comigo. Convencido dele, fiquei desgostoso, o que sempre me acontece quando me convenço de qualquer coisa, porque o convencimento é em mim sempre a perda de uma ilusão.
Matei a vontade a analisá-la. Quem me tornara a infância antes da análise, ainda que antes da vontade!
Nos meus parques, sono morto, a sonolência dos tanques ao sol-alto, quando os rumores dos insectos chusmam na hora e me pesa viver, não como uma mágoa, mas como uma dor física por concluir.
Palácios, muito longe, parques absortos, a estreiteza das áleas ao longe, a graça morta dos bancos de pedra para os que foram — pompas mortas, graça desfeita, ouropel perdido. Meu anseio que esqueço, quem me dera recuperar a mágoa com que te sonhei."

Fernando Pessoa.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Significado de Egocêntrico segundo o dicionário Aurélio online:


Adjetivo. Que se refere ao ego, ao eu,

considerado como o centro do universo.


Então. Certamente você conhece uma pessoa assim. Eu dessas. Bem egocêntrica. O mundo gira ao meu redor. Só que ao invés de todos me amarem, todos me odeiam e não me suportam. E suas vidas e suas atitudes, são baseadas a partir desse ódio.

Egocentrismo às avessas.

Eu me acho. Um lixo. Mas eu me acho.



quinta-feira, 30 de maio de 2013

Revoltz


O samba é na rua e fica bem cheio. O banheiro público é químico e, naquele dia, estava utilizável. Quase não havia fila e não estava fedido.

Um homem veio em direção ao banheiro. Passou pelas cabines e resolveu fazer xixi ao lado das cabines. Na calçada e em público. 

Ao lado dos banheiros havia um casal se beijando. Um casal homossexual. O homem que estava fazendo xixi ao lado dos banheiros ficou indignado com a cena. Enquanto urinava, ria e balançava a cabeça negativamente. Em algum momento, ele pode ter resmungado alguma coisa sobre isso. Alguma coisa provavelmente agressiva e preconceituosa.

Eu estava na fila do banheiro e vi tudo. Vi o homem fazendo xixi, o casal se beijando e a reação do sujeito. Fiquei realmente chateada com a reação do cara em relação o casal e com a falta de educação do mesmo ao fazer xixi ali, na frente de todo mundo.

Quando o cara acabou de urinar e ia voltar pro samba, fez um cara de deboche para o casal (que não percebeu nada, já que estavam se pegando loucamente). Eu, que nada tinha a ver com a história, mas fico puta com babaquice, parei o sujeito e perguntei se ele estava achando feio o casal se beijando.


Eu: Você acha isso feio e errado?

Mijão: Você não acha, não?

Eu: Feio e errado é você ir fazer xixi ao lado de um banheiro que nem fila tinha, seu palhaço mal educado e preconceituoso.


Eu poderia ter arrumado uma grande confusão com o cara, mas não liguei. 


Eu só não queria viver num mundo onde beijar pessoas do mesmo sexo é errado e fazer xixi na rua e em público é 'ok'.


sábado, 4 de maio de 2013

Daí você acorda sem vontade nenhuma de encarar o mundo, de encarar as pessoas e de encarar a vida.
Cadê a disposição pra seguir em frente?
Alguém viu?
Cadê?

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Para um amigo.

Eu preciso te pedir desculpas e dizer que exagerei na minha reação.
Eu preciso explicar o porquê de eu estar irritada. Na verdade não preciso, eu quero explicar. Porque acho que devo explicar.
E, pra dizer a verdade, acho que nem será tão significante pra você. Talvez tudo já tenha ido pelo ralo.

O fato é que, aliado ao mau humor e desânimo que tem feito parte de mim nas últimas semanas, devo dizer que não tenho mais paciência pras suas brincadeiras. Não acho graça.
E, naquele dia, algumas coisas que você fez me deixaram mais triste do que você pensa.

Eu tenho o problema de reagir mal, quando na verdade eu não queria me importar. E eu saí da brincadeira pra não me sentir pior. E pra não piorar nada. Não deu certo, claro.

Então, desculpas por ter sido tão estúpida, da maneira em que só eu sei ser. 

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Coisa de irmã.



Quando minha irmã se casou eu tinha 12 anos e ela 22. Eu adorava mexer nas coisas dela, só porque eram coisas de jovem adulto. Ela ficava puta comigo, claro. Pirralho mexendo em maquiagem só faz merda. Mas nunca pude usar nem as roupas e nem os sapatos dela pela diferença de tamanho.

Aí agora ela tá morando aqui em casa de novo. Veio de mala, cuia e minha sobrinha. Quando vi as bolsas de roupa dela logo fui fuxicar. Queria ver se tem algo que podemos compartilhar e tal. E me senti com 12 anos de novo: mexendo nas coisas da minha irmã mais velha sem deixar que ela saiba. Claro que vou pegar emprestado algumas coisas, já andei vendo umas rasteirinhas bem fofas. Porque tem que ter alguma vantagem em ter a irmã mais velha em casa de novo, né?!

E tô até gostando dessa coisa de ter minha irmã de volta. 

-- Sabe qual é o perigo de se casar? É você se divorciar e ter vontade de colocar um piercing no nariz. Minha irmã mais velha é adolescente.