O
monstro do tédio disse pra eu olhar pra trás de uma vida que não é
minha e eu olhei. Olhei e me incomodei. Dei de cara com um livro já
conhecido, que li, reli e não gostei, mas não sei como me livrar
dele. Parece um fantasma que eu persigo e que persegue alguém. E
gosta disso.
Lembrei
de sensações que senti há pouco tempo que não foram nada
agradáveis. Mas as senti de forma mais branda e serena. E, pra dizer
a verdade, nem me incomodei muito.
Respirei
fundo, disse à mim mesma que era normal, tentei silenciar as
perguntas mais do que respondidas e cheguei a conclusão de que, já
que não sei se dá pra por um fim nesse livro fantasma que eu
insisto em folhear, vou deixá-lo jogado num canto poeirento da casa
junto com outros bagulhos que ninguém sequer lembra que existem e,
quando lembram, jogam tudo fora.
Enquanto
não me desapego do livro fantasma o suficiente para jogá-lo fora,
vou deixá-lo esquecido no canto para que traças, baratas e o tempo
o destrua.
* Pelo menos amanhã as aulas voltam, terei textos mais úteis do que esse livro para ler.
**
Eu disse que não iria usar mais meu coração nos textos. Mas não
deu.