terça-feira, 2 de outubro de 2012

Sinal quebrado.


Na correria de um dia atípico da minha vida na greve, indo pra uma reunião, me encontrei com uma grande amiga dos tempos do colégio. Grande amiga tipo dessas que são inseparáveis, que dormem na sua casa toda semana.
Não sei se pela correria do dia ou se pela erosão que o tempo provoca nas relações, mas pareceu tudo tão frio e desconexo. A simples saudação "Oi, tudo bem?" pareceu não condizer com o que aquela pessoa representa(va) na minha vida. Porém, contraditoriamente, a frieza fez todo sentido.
Não teve como não ficar com um certo saudosismo da época onde meus problemas não passavam de dramas adolescentes. E com a estranha sensação de que as mãos que um dia te seguraram para não te deixar cair se afastam sem que você perceba e muitas vezes não voltam mais.

Não consegui não lembrar de uma música do Paulinho da Viola que fala sobre o encontro de duas pessoas num sinal fechado.



http://www.youtube.com/watch?v=IEUPH1A7YkM

domingo, 30 de setembro de 2012

Livro fantasma.

O monstro do tédio disse pra eu olhar pra trás de uma vida que não é minha e eu olhei. Olhei e me incomodei. Dei de cara com um livro já conhecido, que li, reli e não gostei, mas não sei como me livrar dele. Parece um fantasma que eu persigo e que persegue alguém. E gosta disso.
Lembrei de sensações que senti há pouco tempo que não foram nada agradáveis. Mas as senti de forma mais branda e serena. E, pra dizer a verdade, nem me incomodei muito.
Respirei fundo, disse à mim mesma que era normal, tentei silenciar as perguntas mais do que respondidas e cheguei a conclusão de que, já que não sei se dá pra por um fim nesse livro fantasma que eu insisto em folhear, vou deixá-lo jogado num canto poeirento da casa junto com outros bagulhos que ninguém sequer lembra que existem e, quando lembram, jogam tudo fora.
Enquanto não me desapego do livro fantasma o suficiente para jogá-lo fora, vou deixá-lo esquecido no canto para que traças, baratas e o tempo o destrua.

* Pelo menos amanhã as aulas voltam, terei textos mais úteis do que esse livro para ler.
** Eu disse que não iria usar mais meu coração nos textos. Mas não deu.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Desculpa, mas vai ter que ser assim.


Flávia acordou, ligou seu computador e entrou no Facebook. 
Ao entrar, deparou-se com uma novidade inquietante: seu namorado, Bernardo, tornou-se seu ex. E ela viu isso ali, no Facebook.

E viu depois uma mensagem de Bernardo que dizia:

Saltei de paraquedas e me senti livre. Estou vindo aqui dizer-lhe que não dá mais.
Infelizmente não tenho coragem de dizer isso olhando em seus olhos, mas não lhe quero mais.

Se cuida.
Desculpa, mas vai ter que ser assim.”

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Desejos.


A ansiedade aumenta a cada segundo.
Você está ali. Parado. Atento.
Observando tudo e todos. Esperando por um sinal pra você poder ir até ele.
O dia está muito quente, a coca muito gelada.
Você se dá conta de que é não é a única que o deseja.
Seu coração aperta. Você respira fundo. Você está cansada demais. Nada do sinal.
Todos te observam. Mais experientes, safos e espertos que você.
Sua única vantagem é o desejo.
O sinal é dado. Todos correm. Você corre.
E enquanto corre pensa que precisa disso pra ser feliz, mesmo que seja por um breve momento.
Corre. E tropeça. Corre mais.
Enfim você o consegue. Ele está lá pra você. É seu. O lugar é seu.
O disputado lugar no Japeri das 17h. Mais desejado que muita vaga no vestibular.
E durante o tempo da viagem da Central até em casa, você vai se deliciar por essa conquista enquanto o restante do trem deseja te matar.



segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Conselhos que não deveriam ser tão diretos.

É difícil perceber o quanto se é sensível. Torturante.
É bastante duro perceber o quanto atitudes e palavras podem nos afetar e mudar nosso humor.
Ela é bem dessas que precisa ouvir "eu te amo" todos dias. E precisa falar também.
Mais do que ouvir, ela precisa se sentir amada. Precisa que demonstrem.
Não. Ela não tá pedindo demonstrações públicas de afeto. Ela tá pedindo que tenham paciência com seus defeitos e seus medos. Pedindo elogios, que digam o que sente por ela. Pedindo uma visita surpresa, um convite inesperado, um cafuné. Pedindo pra que tudo seja verdade.
E ela se sente uma boba por se sentir assim. De precisar disso. De precisar que você sinta saudade dela como ela sente de você.
Ela é até independente e sabe que não precisa disso pra ser feliz, mas ela precisa disso pra se sentir.